No zeitgeist anual de 2013 do google surge como a 6ª questão mais procurada em Portugal, no âmbito de “como fazer”, “COMO BEIJAR?”. Surpresa com a pergunta, fiquei ainda mais surpresa sobre a quantidade de literatura, videos e artigos que pululam na internet em resposta a esta questão!
Segundo William Cane, autor de “The art of kissing”: “beijar promove a compatibilidade romântica” e o ratio da frequência do acto é directamente proporcional ao ganho em capacidade de comunicação romântica. Estudos sugerem também que beijamos não só para excitar e seduzir e para criar vinculos e laços, mas também para nos provarmos a nós próprios e aos outros como parceiros compatíveis. (via psycology today, artigo baseado em Hughes, S. M., Harrison, M. A., & Gallup, G. G. (2007)).
Quando se trata de estilos de beijos, a maioria de nós tem preferências e escolhas claras em relação ao que mais no excita e irrita, mas muitas vezes o problema começa em saber quando avançar para o beijo.
E como nem todos temos direito a orquestras indicativas na hora de beijar, aqui vão alguns sinais de que o/a interlocutor(a) quer ser beijado/a:
- os olhos tornam-se moles e pesados,
- o contacto visual é sustentado mais tempo que o habitual,
- a cabeça inclina-se um pouco,
- os lábios são mordidos ou lambidos pelo próprio numa indicação de disponibilidade,
- e procuram-se pequenos toques mais íntimos , na face, nas mãos, no cabelo, nos braços ou pernas, num tentativa de criar proximidade.
Se em dúvida, olhar para os lábios, entreabrir e relaxar os nossos (guardar os lábios tensos para os beijinhos que damos a amigos e familiares) deve-se avançar devagar, com um primeiro beijo gentil, fácil, beijar as mãos, a face, o pescoço, parar a uma distância mínima da cara e tecer um belo elogio, avançar para um bate-chapas ligeiramente mais demorado… Melhor ainda, PERGUNTAR!
E se queremos ser bons beijadores, devemos ter em conta o que um beijo envolve. Uns lábios bem hidratados ganham pontos a favor e temos até uma ajuda se quisermos deixar um rasto a picante e doçura:
O Gloss Arousal da Bijoux Indiscrets não é só perfeito para momentos mais íntimos como logo para começar.
Também um hálito agradável (o que não quer dizer obrigatoriamente mentolado) e uma boca bem hidratada são essenciais, evitar cenários com sede envolvida, além de beijos pastosos serem um desafio a saliva é essencial. Sheril Kirshenbaun, no seu livro “The science of kissing” refere: “Pesquisa sugere que os homens têm uma tendência inconsciente para trocar a maior quantidade de saliva pela transferência de testosterona através desta (que aumenta a libido ao longo do tempo).” Yey para os meninos hiper conscientes do seu suor em alturas mais intimas, deixem-se disso, a transferência de testosterona também se faz pelo suor e Preciado no seu Manual de contra-sexualidade enumera esta como uma das possíveis razões para nós procurarmos copular com vocês.
E se roubar beijos é pintado como bom, pedi-los sem ou com palavras é ainda melhor, e, descontando a sinalética Martini Man que corre o risco de só passar num contexto de muito humor e cumplicidade (e mesmo assim…não sei), que tal pormo-nos a jeito para um beijo daqueles bem à Hollywood anos 40, com direito a um pouco de drama e tudo.
Por isso pessoas, percam a vergonha, porque algo que escasseia e conquista pela raridade é uma boa pegada! A revista Life Magazine fez até um ensaio exemplificativo dos dos e donts de um beijo à filme:
Proximidade, num corpo a corpo saboroso, porque dar beijos é uma conversa a dois (ou três ou quatro ou cinco, dependendo dos sujeitos envolvidos) e alguma intensidade, a suficiente para não bloquear ao outro a entrada de oxigénio (cuidado com o nariz…) e num jogo de lábios entre entrega e resistência, com espaço para respirar e um prolongar de entre beijos (carícias, toques de faces e narizes, pequenas meiguices, …) criem um ambiente que não permite distracções finalizando o primeiro avanço num trancar de lábios (quando seguramos o lábio superior ou inferior do outro entre os nossos) ou num beijo de língua de fazer levantar a perninha!
E enquanto se beija com o corpo todo, não esquecer de usar as mãos para acariciar a face, os ombros, os cabelos (com leveza, a testar a companhia), a respiração junto do ouvido como termómetro do ambiente criado, prestando atenção ao ritmo e forma de beijar do outro para melhor agradar. E se num primeiro beijo não convém arriscar e lançarmo-nos logo selvaticamente, pequenas e leves mordidelas poderão ser uma forma de testar a sensibilidade do outro e o uso da língua levemente é uma provocação maravilhosa. Quanto a línguas, lembremo-nos: estamos a beijar, não a invadir barbaramente um território estrangeiro, enfiar a língua até às goelas não será a opção mais consensual, nem agitá-la na boca do outro como se procurássemos restos de comido, a maioria prefere um leve diálogo e uma invasão progressiva. De olhos abertos ou fechados (há quem diga que ver de perto a pele, olho e sobrancelhas do beijador e beijado aumenta a intimidade, há quem prefira deixar a cabeça fugir e entregar-se ao beijo com toda a imaginação), despidos ou mais recatados, não deixem, nem no inicio nem no meio de um grande amor, nunca, nunca, de beijar!
Deixo-vos um tributo aos beijos dos filmes, para enquanto vemos, suspirar!